ANO 3 No. 12 Dez Jan. Fev. 93 Especial 1.000 exemplares
e o
1o. Suplemento, com a poeta Lúcia Affonso.
Em 1989, imagens marcantes tomam a tela da TV. O momento em que cai o Muro de Berlim. Na China, desarmado, um homem de camiseta branca enfrenta tanques de guerra, protesto solitário durante lei marcial após o massacre na Praça da Paz Celestial, Sarney é presidente do Brasil e acontece a primeira eleição após 29 anos. Depois das Diretas Já! Collor de Mello é eleito. Madonna ainda ressoa o Like a virgin da década, à moda. Roupas coloridas e crucifixos negros se tornam um clichê da moda feminina. A mulher vive a cidade, o espaço público, e suas criações atingem densidade representativa e viajam por esses espaços. Surge o Mulheres Emergentes, criação da poeta e escritora Tânia Diniz, painel de poesia feminina, com publicação periódica trimestral em formato de cartaz. Enfoca a sensualidade, dá espaço a novos talentos ao
lado de nomes consagrados. Leva a poesia feminina a todos os públicos, recebe boas críticas, resenhas internacionais. Segue ocupando esses espaços, e logo agrega a Mulheres Emergentes Edições Alternativas, que traz publicações de poesia com autores como Adão Ventura, Vera Casa Nova, Wilmar Silva de Andrade. Em 2015 a poesia feminina está na web, disseminada por blogs, sites, revistas eletrônicas, publicações virtuais, em páginas diárias que trazem público crescente, seguidor cotidiano. Inclui o ME, que chega aos vinte e cinco anos como um painel demonstrativo dos caminhos que tomou a poesia de autoria feminina no Brasil desde 1989. O ME é matéria para os Estudos Femininos, para o contexto histórico que nos prepara para a atual qualidade, visibilidade e liberdade que caracteriza a poesia feminina publicada no país, exposta em todo lugar. Mesmo que a poesia feminina ainda sofra cerceamentos advindos das diversas formas de coexistir com o diferente, característica marcante de nossa época.
Myrian Naves
BH- MG poeta, escritora, Professora de Literatura Brasileira.
Editorial – Tânia Diniz
Ilustração : foto e interferência - Jussara Rocha – BH- MG Citação de Caetano Veloso – “sem essa aranha...”
Água-marinha? Meu primeiro namoradinho... – Clarice Lispector - RJ
Muito – Marco Justo – RJ / RJ
Pensatez - Mino - RJ / RJ
Em bons lençóis – Leila Míccolis – RJ - RJ
No tango-drama da cama ... – Tânia Diniz – BH- MG
Aves – Marias - Débora Novaes de Castro – SP/ SP
Lua / rima... – J. Cardias – RJ / RJ
Fingimento - Haydê Vieira Pigatto - Bento Gonçalves - RS
XXIV – Denise Costa Almeida - BH – MG
Veja novamente meu coração em chamas... – Ma. das Graças Sena – Cruz das Almas – BA
Recompensa – Pitti Grossi – Itabira – MG / mora em BH
Inquietação – Ademir A. Bacca - B. Gonçalves – RS
Composição – Sônia Queiroz - BH – MG
Secular – Sérgio Fantini – BH – MG
Loucura – Marcos Pedroso – BH- MG
Em ti a força / da fera... – Graça Ribeiro – BH- MG
Avis amatória – Wir Caetano - BH- MG
RIMA ERÓTICA – Newton de Lucca – SP – SP
Tempo de cio – Ivanise Montovani – Porto Alegre – RS
Desencontro – Magda Lúcia Rodrigues – Alvinópolis – MG / mora em BH.
Editorial
Com a presente edição Mulheres Emergentes, o sensual em cartaz, atinge a mística trindade, a simbólica marca do número 3: três anos de vida começados num experimental número zero no distante 1989.
Sobrevivendo ao ritmo do país, credita sua longevidade aos poetas incuráveis e seus amigos maravilhosos; aqueles que patrocinando um selo ou uma edição, concretizam, por seu grande gestestímulo , o ideal que impulsiona esta poeteditora a manter esse espaço cultural .
Assim, comemorando batalhas vencidas, o ME, orgulhosamente lança seu I Concurso Internacional de Poesia e Ilustração Mulheres Emergentes e o Suplemento Especial no. 1: um brinde ao sonho que não morreu! A editora
Suplemento Especial
ANO 3 No. 12 Dez.92 Jan. Fev. 93
Poemas para Antes e Depois
Lúcia Affonso - BH- MG
poeta, 39 anos, mineira, professora de Psicologia Social da UFMG.
Ilustração : Denise Rochael - BH - MG
ilustradora, 34 anos, mineira, artista plástica.
Poemas:
Vamos brincar,amor...
Sabe - eu gosto / e gozo....
Os manuais não te ensinam nada do meu corpo...
Não há partes de teu corpo...
Às vezes , discretamente, . ..
Depurar...
À sombra de teu olhar imóvel...
Até o próximo, amigos!
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