quinta-feira, 3 de setembro de 2015

 A Saga  ME   -  Mulheres Emergentes  -  Parte 4. 4

ANO 8      No. 29   Mar. Abr. Mai. 1997   Tiragem  1.000 exemplares 






Tânia Diniz, Mulher Emergente.



                 Tânia, a mágica de nós, imprimiu o feminino nascente nos murais de Minas.

Gritou aos cântaros: adoradas poetisas, tragam suas histórias lavradas em poemas. 
Desnudem seus corpos   do flagelo da subserviência. Abandonem a indumentária cheirando a mofo.

             Vistam-se de coragem e cor. Mostrem a pele de suas almas lavadas. 
         Saiam da cozinha ou, dentro dela, fabriquem a palavra escrita. Entoem o poético de cebolas e vísceras, junto à linguagem das letras. Quase sem lágrimas, pois o riso é sempre mais fluido.

                                Instruam seus dias de luta, o seio rendido ao filho.O corpo doado, à noite, ao amado ou à amada. - Mulheres, a aurora desponta é no boreal de nossas saias.

                     Criaturas de Deus estejam atentas, pois já dispomos do voto e do orgasmo. 
O léxico de nossos dias se traduz em sonhos alcançados. O sensual em nós não é crime. Nem pecado.
                 É da fêmea a sabedoria do útero. Tal como o masculino, outros valores, há muito, e, 
                                                     ainda bem, direitos distintos usufruem.

        Escrevam, companheiras iniciadas em poesia! O Mural Mulheres Emergentes acolhe suas ideias.
         Publica-as. Edita-as e as divulga como retrato de nosso tempo. Mulheres, onde suas conchas        
          escondidas? Onde o sangue do mênstruo, derramado ou não mais? Não se nega o feminino. 
                                               A escrevedura não o afronta, louva-o. 
                Além da inteligência, a intuição nos guia e aponta caligráficos ensinamentos.

                    Raça, credo, gênero, idade ou partido: nada nos separa ou nos flagela. 
             Ao contrário, a poesia nos une em encantos de celebrar a vida, em toda a sua força e 
                         diferenças.As portas persistem abertas; quando a arte de versejar, viceja.



                Um brinde aos 25 anos do Mural Mulheres Emergentes: O Sensual em Cartaz. 
                    Um brinde à sua idealizadora, guerreira de sílabas, vogais e consoantes.

                         Tânia Diniz, minha gratidão à cidadania de seu espaço: aberto e liberto. 
       Vale um haicai, o soneto, o verso livre, o poema concreto, o conto contido. O cântico dos cânticos. 
                       Tudo em mim proseia, celebra, elogia e, mais uma vez, agradece.



                                                           Lúcia Serra
                                                       escritora, poeta -  BH - MG







Editorial - Tânia Diniz - BH _ MG
Ilustração - Lúcia Daniel - mineira radicada em Paris - França


Oratório - Clara Góes - Rio de Janeiro - RJ

Descoberta - Regine Limaverde - Fortaleza - CE 

Strip- tease - Soares Feitosa - Monsenhor Tabosa - CE 

25 - vou tecer sete caminhos nas costas... - Wilmar Silva - BH - MG 

A moça renascentista... - Tânia Diniz - BH _ MG 

Criação - Altino Caixeta  (1916-1996)- Lagoa Formosa - MG

Lençol branco... - Diva Cunha - Natal - RN 

Queimadas - Leila Míccolis - Rio de Janeiro - RJ

São Sebastião - Orides Fontela - S.J. da Boa Vista - SP

Violinos - Wilson Bueno - Curitiba - PR 

Amo esse reino dos sonhos... - Alice Ruiz - Curitiba - PR

Conjunção - Patrícia D.C. da Cruz - Curitiba - PR 

Quando o corpo pede... - Liana Braga - Rio de Janeiro - RJ

18o. o dedo físico - poema visual - Fernando Aguiar - Lisboa - Portugal 

Cio - Vera Casa Nova - carioca reside em BH - MG 

Alvo - J. Cardias - Rio de Janeiro - RJ




          Editorial 

Sob a lua de março e os auspícios de um ano, um novo ME e a comemoração do  
    centenário de Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais (12/dezembro) durante todo este nosso ano poético, entre outros, com o lançamento da coleção Almanach de Minas, pela editora 
   " ME Edições Alternativas" e que reúne 17 autores mineiros atuais e suas diversas tendências literárias; 
um presente à nossa cidade.

                                                             a editora